Esta noite improvisa-se
07/05/2011 Deixe um comentário
O teatroàparte, grupo de teatro da ART, leva a cena uma peça entre 13 e 28 de Maio (Teaser/trailer em http://vimeo.com/23130065 (filmes 9 e 10)):
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Peça – Esta noite improvisa-se
Autor – Luigi Pirandello
Companhia – teatroàparte
Encenação – Sandra Faleiro
Dramaturgia – Bruno Bravo
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Sinopse – Os ensaiadores do teatroàparte levam a cena, com o seu maravilhoso elenco de actores e com a amável colaboração do público, uma tragicomédia do senhor Luigi Pirandello. A história da família La Croce, o pai, a mãe e as filhas casadoiras, na Sicília da ópera, das paixões violentas e do ciúme, provocador dos mais terríveis destinos.
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Local – Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro
Datas – 13 a 28 de Maio
Matinées: 21 e 28 de Maio – 17h00
Soirées: 13, 14, 20, 21, 27, 28 de Maio – 21h30
Cls. Etária – 6 anos
Preço – 6,00 euros
Reservas – teatroaparte@sapo.pt / 966 645 855
reservas pagas até 24 horas antes do espectáculo respectivo
levantamento dos bilhetes no local do espectáculo
Transporte – Metro (estação de Telheiras); autocarro (carreiras 47, 78, 767)
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teatroàparte http://teatroaparte.no.sapo.pt/
http://www.facebook.com/pages/teatro%C3%A0parte/136139276449336
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Pirandello
Luigi Pirandello nasceu na Sicília em 1867, tendo falecido em 1936. Foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1934, e ficou conhecido pelo seu peculiar sentido de humor, pela exploração do absurdo, e acima de tudo pela renovação que operou a nível dramatúrgico. Pirandello é o pioneiro e figura destacada do que é geralmente conhecido como o teatro dentro do teatro. Com esta temática escreveu uma trilogia que intitulou “edição definitiva do teatro pirandélico”: “Sei Personaggi in Cerca d’Autore” (Seis Personagens à Procura de um Autor) (1921), “Ciascuno a Suo Modo” (Cada um à sua maneira) (1924), e “Questa Sera Si Recita a Soggetto” (Esta noite improvisa-se) (1930). Em todas estas peças assiste-se a uma representação teatral dentro da própria representação teatral, em que actores, encenadores, e técnicos passam a ser as personagens em acção. Esta abordagem, com uma pronunciada fractura com o teatro convencional, foi tão complicada na época que levou a que Pirandello sentisse necessidade de a explicar nas suas próprias peças, como o faz explicitamente em “Esta noite improvisa-se”.
Na última peça da sua trilogia, Pirandello leva a extremos a ideia do teatro dentro do teatro. A acção dramática vive de uma improvisação em que actores e as suas personagens se alternam e, por vezes, se confundem. O público acaba por ser envolvido na acção, a qual tem lugar não só no palco e na sala, mas também no foyer durante um suposto “intervalo” que também faz parte dessa acção cénica. Pirandello define cuidadosamente todos os detalhes num trabalho em que nada é deixado ao acaso. Assim, a vida própria dos actores não é verdadeiramente improvisada, mas esta abordagem dá-lhes uma maior liberdade do que a que teriam no teatro convencional.
Com mais ou com menos improvisação, Pirandello marcou o início de uma nova maneira de ver o teatro e questionou a capacidade de este ser fiel à realidade, tanto no conteúdo da história a ser contada como na forma usada para a contar. Depois de Pirandello ficou claro que o teatro, para além de representar a realidade das pessoas, devia centrar-se sobre o que é e como transmitir a condição humana.